home sweet palacio...
O palácio é casa e jardim.
O palácio é Porto antigo.
Lá as gaivotas não têm nome e comem sempre a sopa até ao fim.
Os pavões têm janelas para o café e o café, quando lá dentro, é uma casa da árvore onde se avista o jardim por entre os galhos. Os pavões dormem ali mesmo juntinho onde encontram o conforto de não ter que estudar, da parte de fora.
As aves, em todas as suas espécies, fazem constantes aterragens de emergência em cada queda divina de migalhas, sobras ou qualquer confusão inexplicada com comida alheia. Elas tem uma hierarquia bem definida: salve-se quem puder primeiro, porque salvar salvam-se todas.
No palácio tenho uma varanda só pra mim e estacionamento pra bicicleta. A minha varanda fica a sudeste e de lá consigo ver descer o Porto antigo, com a beleza perceptivel só à distância.
Vê-se também um rio D’ouro que se faz reflectir no céu e pinta a prateado as nuvens.
As gaivotas fazem a ligação entre o mundo e o mundo exterior, o qual é perfeito visto dalí.
O palácio é composto de mudança. Há sempre um recanto à espreita de ser explorado, ainda que eu me esteja sempre a repetir, por uma questão de coerência ou talvez medo ou esperança de poder avançar com confiança e, neles, me transformar.
Os meus amigos lá são todos passaros. Uns com asas outros com ramos e folhas. Por vezes parecem árvores, mas quem é que tem uma árvore como amigo?
Tenho um amigo especial lá que voa sempre sobre a minha varanda. É o freixo. O meu Freixo tem folha perene na Primavera e Verão e folha caduca no Outono e Inverno. È muito versátil aquela adulta ave.
O palácio tem diversão todos os dias! Especial destaque para o bailado das folhas de Outono, o rebentar da Primavera, a invasão do perfume tilia, os banhos rejuvenescentes de sol com vista pro rio…
Lá a lua nasce às vezes e outras vezes poe-se. Ta tudo organizado com o sol desde o inicio de cada ano, fora os espectaculos nublados que dão vida à concha acustica com “chuva para todos os gostos”.
Não sei se o amor puro existe ou se é antes amor resultante do contraste com o mundo lá fora, mas casa é casa. É palácio. È mundo, é esférico, é fechado e grande. Grande que chegue.
posted by serrabisco @ 1/31/2007 02:50:00 da manhã
8 Comments:
o palácio é tão grande que cabem lá dentro tantas recordações de passeios ao sol, conversas, planos de férias á boleia, reuniões, leituras, animaizinhos lindos, lágrimas, despedidas, confidências amorosas, em solidão, a dois e em grupo.
mas que grande sorriso que eu tiove na minha cara estes minutinhos que me demorei a ler este teu post! =)
:)
sweet
Liiiindo!!
Va la que alguem reconhece a minha sublime beleza! :D
hoje fui lá. sem mais nehum sitio para ir e sem companhia.
a chuva fez companhia, abriguei-me na concha acústica.
caminhei nos trilhos vazios de gente que se assusta com chuva.
vi um coelho (esqueci-me da máquina...)
sentei-me em varios sitios a admirar a paisagem e enquanto olhava por cima de muros apenas a paisagem era diferente daquela vista e sentida muitas outras vezes noutra cidade. o sentimento de solidão permanece inalterado. é domingo e estive sozinha.
as palavras seguintes não são minhas:
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domingo é o dia de parar para pensar, para expressar a gratidão.há pessoas que tomam decisões (dietas, grandes resoluções). juraria que há mais suicídios á segunda feira, mais coisas ditas, assumidas, mais projectos iniciados ou formalizados. é poderosa e reconhecida a angústia crepuscular de domingo. e nesses momentos de silêncio, ao domingo, recordamos. ao domingo ficamos mais sozinhos, é inegável.
Damn it, nice pics, serri. Take care, you loco! fr.
Se o Rui Rio lê-se isto, vendia o Palácio a ti...
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